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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

:: Muito Baobá para pouca Flor :: O Pequeno Príncipe ::


Estava pensando na coisa que mais falo para as pessoas, nas coisas que mais falo aliás.
Uma das coisas que mais me refiro ou que mais me lembro em muitas horas da minha vida, é a obra " O Pequeno Principe", vivo tanto me lembrando dessa fofura de obra, que até fico brincando de montar elenco pra uma nova obra. Mas a brincadeira é tão séria que procuro, o elenco, o produtor, o maestro para a trilha, o responsável pelo cenário, figurino, script.. que parece que estou ganhando dinheiro com isso. Mas não é. O fato é que considero a obra tão boa, e tão verdadeiramente responsável por cativar tantas coisas em mim, mas muito mais por me fazer perceber as coisas se cativando.
Outra coisa importante nessa obra é a mutação que sofre, tudo depende da hora que vc lê, se está muito alegre, vc vê de uma forma, se estiver chateado ou triste, percebe de uma outra forma.
Queria muito que fizessem uma refilmagem do Filme, foi muito legal, mas acho que uma nova versão seria muito significante, considerando que é um livro de muitas facetas. Existe mensagem subliminar em tudo, mas não de conotação sexual, deixo claro, e sim nas percepções da vida. Cada um entende cada página de um jeito. E isso deixa mais enriquecedor ainda...

Olhando na net, vi que tem gente que se importa com o "Le Petit Prince"..rs.rs Fernanda Young fez uma crônica muito bacana... já tinha colocado uma outra carta dela... mas vendo essa... não tem jeito.. vou colocando ao longo do tempo..

O elenco ficaria assim:

Piloto: Liam Nissam ou Ralph Fiennes
Principe: SOCORRO..Ainda não achei alguém.. nem precisa ser criança... mas tá muito dificil.rs.
Raposa: Jud Law
Serpente: Ben Kinsley

Os demais ainda não achei, mas vou terminar de fazer.



Para o Pequeno Príncipe


Nossa, há quanto tempo... Como vão as coisas no seu pequeno planeta? Aqui, no meu, andam imensamente estranhas – muito baobá para pouca flor, se é que você entende meus simbolismos.
Quem sempre fala de você é aquela ex-miss que vivia chorando por sua causa, lembra? Ela me contou da sua amizade com a Raposa.
Príncipe, como você é meu amigo de infância, não posso deixar de alertá-lo. Cuidado com a Raposa. Ela parece uma coisa, mas é outra. Faz-se de fofa e é uma cobra, uma chantagista.
Quando a conheci, ela disse que não podia conversar comigo, pois não sabia quem eu era. “A gente s conhece bem as coisas que cativou”, ela falou, toda insinuante.
Respondi que, se nós duas nos cativássemos, ela ficaria triste quando eu fosse embora. Foi quando saquei que ela queria ter um cacho comigo, pois a Raposa pegou no meu cabelo – eu estava loira na época – e disse que tudo bem, porque ela olharia os campos de trigo e se lembraria de mim.
Marcamos um encontro para o dia seguinte, às 4. E ela me pediu para chegar às 4 em ponto, dessa forma ela ficaria feliz desde as 3 somente por esperar o momento do nosso encontro. Achei estranho, mas pensei que fosse charme. Não era.
Cheguei 15 minutos atrasada e a Raposa surtou. Falou que nós somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. E perguntou para mim, olhando diretamente nos meus olhos, se eu tinha consciência de que “perder tempo” com o outro é o que faz essa história importante.
Percebeu o tom de chantagem? Ela joga na cara tudo o que faz em nome do outro. Ela deseja afeto, mas o quer como uma responsabilidade de mão única. Porém, também somos responsáveis quando nos deixamos cativar – relacionamentos são vias de mão dupla.
A Raposa exige a certeza de um compromisso com hora marcada, impondo regras à troca afetiva. As regras dela, claro, já que ela quer todo o afeto a favor de seu bem-estar. Chega a ponto de dizer que será feliz porque você virá. Como se a felicidade fosse algo condicionado ao outro, à espera do outro, ao encontro com o outro.
Veja que coisa infantil. São as crianças que precisam de horários certinhos e de associar suas emoções às pessoas com quem se relacionam. Sentindo prazer ou desprazer diante da ausência ou presença da mãe ou do pai ou de quem quer que seja. Na criança, ainda não há um universo interior, entendeu? Quando nós crescemos, temos de conseguir ver o mundo através das próprias perspectivas. Enxergar a beleza de um trigal sem nos lembrar de ninguém.
A Raposa, como uma criança assustada, quer que aqueles que a amam estejam com ela na hora em que ela deseja. Achando que eles são “responsáveis” pela felicidade dela. Ou seja, o outro lhe deve algo por tê-la cativado.
Desde esse dia, não falo mais com ela. E aconselho você a fazer o mesmo. Ela não é flor que se cheire.

Saudades distantes,
Fernanda Young


Beijos Juliana Persou

Um comentário:

  1. Nossa onde vc consegue tantos textos da Fernanda Young??? este texto do pg principe é a sua cara...rsrs...teve uma hora que até pensei que vc tivesse escrito, mas daí lembrei do inicio e vi o final..rs..

    de fato quando vc falava do pequenino eu não sabia a nobreza da história, mas agora que eu li vejo que de fato vc estava certa!!!! ele se encaixa em todos os momentos e em todas as perspectivas de cada pessoa...de cada olhar...

    beijos...

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