..::Juliana Persou::..

..::Juliana Persou::..
..::Carpe Diem ::..

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

.::Café da Manhã ... com AMIGOS::.

Juju PersouSim... Aniversário no Fretado, com direito a Faixa e tudo!!
Juliana Persou


Ouvimos sempre falar, que as melhores coisas da vida nos são servidas à mesa e com carinho.
Sendo assim nada melhor do que dividir as melhores coisas com as melhores pessoas da nossa vida.
Estava me lembrando de um bom ano que tive... Que definitivamente não foi esse.
Lembrei-me das manhãs geladas, descendo do fretado em companhia de pessoas alegres, livres de pensamentos negativos, embora cada um tivesse uma desventura em algum setor da vida.
Mas essa hora era mágica.
Era quase a motivação do dia, um pretexto para irmos trabalhar. Uma tábua salva vidas para nos fazer agüentar o restante do dia, em meio a tantas cobranças de chefes, de colegas de trabalhos, do mercado profissional.
Acordávamos cedo, cedo mesmo, mais ou menos umas cindo da manhã, cedo a ponto de não dar para tomar café, muita gente não sente bem comendo a essa hora.
Corríamos para o portão, esquinas, ruas, para pegar o fretadão. Que sempre aparecia pontualmente as 5:45, pelo menos no meu caso, que era a terceira passageira.
Conversava com o Miltão e depois ia para meu lugar, que depois de ter rolado um estresse, acabei optando por ficar lá no fundo e na janela...
Uns quinze minutos depois entrava meu amigo de fé e camarada, Ri, ele trabalha e trabalhava na época numa instituição bancária famosa e pomposa, vinha todo engravatado, cheiroso, cheiro de homem rico. Sempre achava isso. Dormíamos por uns quarenta minutos e logo instantaneamente abríamos os olhos para ver subir os outros amigos que fizemos ao longo de alguns meses. Adri, logo depois a Kátia, e por aí íamos juntos sentados falando baixinho, ou tentando né, no meu caso, o Miltão sempre olhava pelo retrovisor implorando para que o Richard não fizesse alguma gracinha e que me trouxesse risos incontroláveis. Todo mundo ria, mas eu que pagava o pato, a desculpa do Miltão é que eu tinha um tom de voz alto, que acabava incomodando os demais passageiros e que com isso ele ouvia um monte de reclamações.
Pior, era ver o Richard fazer imitações do Milton se estressando comigo, bem de manhã... Não tinha outra, era gargalhada na certa.
Tinha a Adri, toda diva, que entrava toda risonha, sempre com bom humor e um sorriso lindo para encantar a gente. Tinha a séria Kátia, que entrava, conversava um pouco, mas gostava mesmo é de ficar pensando no trajeto, ela era fechada, mas depois de conhecê-la melhor, descobri que tinha um coração de ouro e mora no meu.
Quando estávamos próximos a Republica era hora da Adri descer. Mas fazíamos tanto escarcéu para ela ir até a paulista que não tinha jeito, ela sucumbia e fazia nossa vontade, claro que depois tínhamos que fazer a vontade dela né.
Outras vezes não era possível, o que era a maioria delas. Então descíamos na Consolação, o Richard, a Kátia e eu para tomar um café numa lanchonete em frete a Bela Paulista, diga-se de passagem, bem melhor, o tratamento, qualidade dos produtos, era tudo gostoso. E o preço...
Eles desciam no meu ponto, para tomar café comigo, pois sabiam que eu amava a companhia deles. O Ri, poderia ficar mais um quarteirão no bus, a Kátia descia uma estação de metro antes, depois o mínimo que eu fazia era levá-los até o trabalho de cada um. Mesmo que eu tivesse que voltar sozinha.
Mas valia a pena. Conversar com o Ri sobre as coisas da vida, sobre os pensamentos que tínhamos, sobre os acontecimentos do passado. Com o Ri eu sempre conversei muito, sobre tudo, é um cara de mente aberta, muito astuto e questionador. Se não sabíamos alguma coisa, assim que chegávamos ao trabalho, logo pesquisávamos e mandávamos as respostas.
A Kátia, embora mais silenciosa, dava muita risada com a gente, tinha umas sacada inteligente e tinha espírito de brincadeira.
Nossas idades eram divergentes, mas eu sentia que tínhamos a mesma idade, que nos conhecíamos há muito tempo.
Nos falávamos via e-mail, e para finalizar o dia, ainda voltávamos numa algazarra só juntos e no fretado do Miltão.
Lembro das manhãs geladas, que eu pegava no braço do Ri e da Kátia pra me aquecer, era uma sensação térmica abaixo de 0º pra mim. Eles ficavam numa boa, e eu não entendia.
Na volta, era uma curtição só, tinha dia que pegávamos esfihas, refri... Cerveja para o Ri, Ka e eu... Os demais não bebiam...
Fazíamos festa de aniversário, dia do índio, dia do trelelê. Qualquer coisa era motivo de comemorar. Tudo era motivo de tirar foto. Eu sempre com mania de tirar fotos e fotos.
Decorávamos o fretado em 2 ou 3 minutos. Armávamos festas grandes, apenas nas trocas de e-mails.
O Miltão dava risada, sempre sossegado, a turma foi aumentando, e a volta já tinha se tornado uma Busoterapia, fazíamos jogo de mímica, brincávamos de STOP e as piadas. Nuossa!!! Era muito bom... O Richard era nosso Rei, ele era o único homem do fretado, tirando o Miltão que estava dirigindo.
Nos tornamos amigos, muitas vezes até meio que irmãos. Como eu não sei o que é ter irmão eu acabei adotando essas pessoas que passaram na minha vida e nenhuma decisão seria tão perfeita.
Pessoas que jamais sairão das minhas lembranças.
Cada um com sua história, dividida entra os amigos dali em apenas 90min.
Hoje, com a proibição da passagem dos fretados na Av. Paulista, nossa turma foi dividida, cada um foi para um lado, procurou uma forma para ir trabalhar com um pouco mas de conforto.
Mas sempre penso nos tranqueiras que conheci e que vão fazer parte da minha vida pra sempre.


Beijos Juliana Persou

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sejamos livres e responsáveis pela liberdade que possuímos. O Direito de Expressão é uma dessas liberdades e responsabilidades.

Beijos